Novo magnetismo descoberto pode levar revolucionar PCs e armazenamento

Mónica Marques
Mónica Marques
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Um grupo de cientistas do Instituto Paul Scherrer, localizado na Suíça, conseguiu medir, pela primeira vez na história, um novo tipo de magnetismo: os alterímãs.

Esta é uma descoberta importante no sentido de que este novo magnetismo pode criar novos tipos de computadores magnéticos e aumentar a capacidade do armazenamento em discos rígidos.

O que são alterímãs e como funcionam

imagem alusiva à representação de moléculas
Os alterímãs contam com propriedades de vários tipos de magnetismo Crédito@GerdAltmann/Pixabay

Os alterímãs têm uma mistura das propriedades das várias classes de ímãs existentes. Até ao século XX, conhecia-se a existência de apenas um tipo de íman permanente, o ferromagneto, que é usado nos ímanes que habitualmente prendemos no frigorífico ou nas bússolas.

Na década de 1930, foi descoberto outro tipo de magnetismo designado por antiferromagnetismo que, ao contrário dos ferromagnetos, não têm campos externos e apresentam propriedades magnéticas internas.

Já em 2019, os cientistas detetaram outro tipo de magnetismo, o altermagnetismo composto pelos alterímas. Tal como já foi referido, este magnetismo revelou ter propriedades dos outros magnetismos já conhecidos, o que de início confundiu um pouco os especialistas na área da Física.

Agora com as medições feitas, o grupo de cientistas podem provar que os alterímãs são mais livres para se movimentar do que os antiferromagnetos e que também não têm campos magnéticos externos como os ferromagnetos.

Computadores mais potentes e armazenamento com mais capacidade

Leis de Física à parte, os cientistas afirmam que esta descoberta pode ser aplicada na área da tecnologia. Tudo porque, de acordo com Richard Evans da Universidade britânica de York, é possível usar os alterímãs para fazer “dispositivos magnéticos que não interferem entre si”.

Na prática, tal significa que através dos alterímãs é possível aumentar a capacidade de armazenamento nos discos rígidos. Atualmente, estas unidades contêm material ferromagnético demasiado compactado, ao ponto de criar interferência. Os alterímãs podiam ser compactados sem sofrer tal consequência.

Por outro lado, este novo tipo de magnetismo podia também ser aplicado a computadores para estes realizarem as suas medições e cálculos. Os alterímãs podem abrir caminho a PCs que tenham numa única unidade processador e memória.

Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt